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Mauricio Tutty

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“Não tem sentido dividir um país em classes”. Mauricio Tutty faz uma análise do 2º turno das eleições

As pesquisas apontavam e as urnas comprovaram que a disputa do segundo turno das eleições foi acirrada. O vereador Mauricio Tutty aproveitou seu discurso na tribuna para fazer uma análise sobre o cenário político e social do país, diante da corrida presidencial. O parlamentar observou que ambos os candidatos se pautaram pelo mesmo desejo de mudar o Brasil.

“Não há como não falar do último pleito desse país que novamente temos o estado democrático de direito respeitado na sua integralidade, onde as ideias e histórias de pessoas, partidos, entidades se debatem no sentido de construir alternativas para um país melhor. Eu acompanhei e, valorizando o cenário, sai muito unido o nosso país. Porque os grupos venderam mudanças. Se pegarmos o material de propaganda da Dilma está “mais mudanças”. Se você pegar o material de Aécio, está lá: mudança. Se você se lembrar da história de Lula: ‘agora é Lula’. Na verdade, o que se buscou foi garantir que o Brasil possa continuar, de fato, mudando”, expôs.

Maurício Tutty acredita que, mesmo sem ocupar a presidência da República, o PSDB pode auxiliar na construção de um país melhor. “O candidato opositor vai ter a oportunidade de continuar avançando, porque o partido vai administrar cinco estados que, somados, beiram 50 milhões de habitantes. É uma oportunidade para que ele contribua diretamente e eles possam mostrar nesses estados o que eles levaram para as ruas. E eu espero que eles o façam. Do mesmo modo, o PMDB, que avançou de seis para oito estados. O PROS, que elegeu um governador no Amazonas. A democracia sai fortalecida”, argumentou.

Em sua avaliação, o vereador ressaltou o engajamento de todos os envolvidos na campanha. Para ele, é um pleito que vai ficar registrado na história. “Tivemos o desejo de ganhar, de vencer. Uma militância histórica que voltou às ruas para lutar, para defender. Sem dúvida, foi ‘Dilmais’. Foram centenas de milhares de pessoas lutando para manter-se nesse projeto histórico. De outro lado, outro grupo, que entende que pode fazer o mesmo e conseguiu levar militantes às ruas do Brasil, o que normalmente é uma luta histórica da classe dos trabalhadores. Há de se respeitar, porque ele vai ser contado nos livros, daqui alguns anos”.

Mauricio Tutty chegou a referenciar um artigo de uma revista inglesa, que tratou sobre a campanha eleitoral no Brasil. “Uma coisa ficou clara: vence aquele que tem mais disposição. E nós que acompanhamos a história de militância do PT, sabemos que eles foram dispostos do primeiro ao último dia. Não que os outros não foram à luta, mas talvez tenha faltado alguma coisa. Tivemos casos ousados, como o que a revista The Economist chamou de “Cashmere Revolution” (link, em inglês), quando empresários foram às ruas pela primeira vez na história, com suas camisas de cetim e iPhones contra a política econômica do atual governo. Ou seja, tivemos uma eleição de luta. Nenhum dos dois lados deve se sentir envergonhado”, observou.

Sobre o resultado do pleito, Mauricio Tutty destacou que crê na continuidade do crescimento do Brasil. “É nisso que eu acredito: que este que venceu vai continuar mudando, avançando, atendendo quem mais precisa, mas não vai abandonar quem gera trabalho, emprego. Não tem sentido dividir um país em classes. Mas elas não podem oprimir o trabalhador, transformando-nos num ser escravo, não podemos aceitar as condições de trabalho nem salários miseráveis. Deve haver combate à corrupção sim, isso precisa ser enfrentado. Precisamos de uma reforma política, reforma tributária, plebiscito, referendo. Tanto um quanto o outro defende a participação do povo, que vai dar a última palavra”.

Ao encerrar seu discurso, o parlamentar lembrou, ainda, do número de eleitores que não optaram por nenhum candidato. “Não podemos esquecer ainda de quase 30 milhões de pessoas que se abstiveram de votar. Somados com os votos brancos e nulos são 36 milhões de pessoas que se abstiveram de participar da construção desse processo democrático e fica a pergunta: por quê? Na próxima eleição, a disputa deve ser ainda mais acirrada e eles precisarão participar, porque senão podemos regredir na história Independente de qualquer situação de A ou B, na minha avaliação, foi o Brasil que ganhou, porque vamos ter uma presidente com maior compromisso com a nação. Parabéns ao Partido dos Trabalhadores. Parabéns pelo governador e a todos por acreditarem nesse país e foram às ruas”, finalizou.  

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