Maurício Tutty e deputado federal Ademir Camilo enfrentam Copasa e Princesa do Sul em Mesa Redonda e deixam representantes em saia justa
Mais de 60 pouso-alegrenses acompanharam
o evento da Câmara dos Deputados, com o objetivo de debater a qualidade do
serviço prestado pelas empresas concessionárias
Se
havia suspeita de que o trabalho do vereador Maurício Tutty em torno dos
serviços de concessão da Copasa e Princesa do Sul ia fraquejar, essa dúvida
deixou de existir na tarde desta quinta-feira (26). Ao lado do deputado federal
Ademir Camilo (PROS/MG), o parlamentar colocou em xeque os representantes das
empresas e, com apoio popular, demonstrou a ineficiência na gestão dos serviços
prestados em Pouso Alegre.
Primeiro
convidado a se manifestar, Maurício Tutty manteve seu discurso habitual e exibiu
um vídeo no qual ele acompanha a poluição no Rio Sapucaí Mirim e da Lagoa da
Banana e também uma série de depoimentos de pouso-alegrenses que se sentem lesados,
diariamente, pela Princesa do Sul. “Essa Mesa Redonda é uma oportunidade para
as pessoas exporem suas dificuldades e das empresas se posicionarem a respeito.
Eu fiz questão de mostrar as imagens, porque, no ano passado, quando eu iniciei
essas campanhas, fui acusado de fazer perseguição política. Mas essa reclamação
não é minha; é do povo de Pouso Alegre. Dessa maneira, eu estou cumprindo o
compromisso que assumi quando quis fazer parte do Legislativo”, observou.
Pela exposição das empresas, parece que estamos na Finlândia ou na Noruega, com transporte e saneamento de primeiro mundo.
Na
tentativa de justificar o que cabe à sua pasta, o secretário de Trânsito e
Transporte, Marco Aurélio da Silva, lançou mão de um relato histórico desde a
criação da secretaria até os dias atuais quando, segundo ele, há uma série de
projetos que devem beneficiar o trânsito. Na defensiva, o secretário ainda
relatou a construção do Dique II e a redução da tarifa pleiteada no ano
passado, após forte pressão popular, por meio das manifestações. “Me mostrem
quem passou por esse governo, em décadas, quais foram as melhorias feitas pelo
transporte e que tem sido feitas até agora. Quais as vias? Eu quero que me
mostre. Não tem uma. A Avenida Ayrton
Sena, a Vicente Simões foi feita antes. A única foi o alargamento da Praça
Senador Eduardo Amaral. E, hoje, temos a Via Noroeste, a Dique II, a ponte do
Belo Horizonte e estão trabalhando na Perimetral. Temos vários projetos para
serem executados e não é um custo barato para o Município. Então esse prefeito
tem trabalhado pelo transporte, pela qualidade de serviço”, argumentou.
No
mesmo tom, o representante da Princesa do Sul, André Luiz da Silva, trouxe um
panorama que, para o vereador Maurício Tutty, não condiz com a realidade. André
se ateve em apresentar dados como quantidade de veículos, de linhas e de passageiros
que utilizam o transporte coletivo. Perdida nos números, a qualidade do serviço
que a empresa oferece ficou em segundo plano. “Há algumas dificuldades: a
quantidade de passageiros, falta de mão-de-obra, mas temos a menor tarifa do
sul de Minas, passamos por uma redução. Temos também integração por duas horas,
pontos de venda e recarga em diversos pontos da cidade. Tem a ouvidoria, O SAC
da Viação”, citou.
Já o
gerente regional da Copasa, Alvimar Andrade, tentou retirar da empresa a
responsabilidade sobre o despejo de esgoto no Rio Sapucaí Mirim e a na Lagoa da
Banana e reconheceu que o tratamento não é feito em sua totalidade. Segundo
ele, mais de 1900 ligações ainda não estão sendo tratadas e os próprios
moradores lançam esgoto nos rios.

Maurício
Tutty, que pleiteou a realização do encontro em Brasília e está há meses na
luta contra as concessionárias, acredita que a Mesa Redonda foi válida, porque
permitiu um espaço de diálogo e debates entre as empresas, o poder público e
também para os cidadãos. Mas avalia que o discurso dos representantes da Copasa
e Princesa do Sul foi evasivo. “Eu poderia ter feito um filme de 2 horas do não
cumprimento absurdo da Copasa no projeto do Dique II, que foi licenciado pelo Estado,
com base no estudo da Unifei e hoje oferece risco de inundação do Jardim Yara.
Poderia trazer imagens de bueiros, mas não o fiz porque tomaria todo o nosso
tempo. No caso especifico da Princesa do Sul, é interessante quando os dados
nos são apresentados, parece que estamos numa cidade de um país a Finlândia ou a
Noruega, com transporte de primeiro mundo, mas aqueles depoimentos demonstram
que os fatos não são reais, diferente do que está no papel. E diferente da
realidade das mães de alunos da APAE que deveriam ter o direito de acompanhar
seus filhos de forma gratuita. Ao secretário, eu concordo com o inicio de
evolução da sua secretaria. Mas vocês poderiam estar fazendo muito mais”, assinalou.
Como
resultado prático, a Mesa Redonda trouxe aos presentes a certeza de que todas
as reclamações e todo o descaso está sendo ouvido e há muito trabalho para que
qualidade seja a palavra de ordem nos serviços das empresas de concessão.
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