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Mauricio Tutty

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Inquisição leva à barbárie, alerta vereador

“A Inquisição no passado e a liberdade incontida na internet hoje evidenciam o quanto o homem evoluiu na tecnologia, mas ficou estagnado em sua análise crítica”

A sessão ordinária desta terça-feira (13) foi atípica no tange ao número de espectadores. Dezenas de pessoas acompanharam os trabalhos do Legislativo, mas se a expectativa era ouvir o secretário de Saúde sobre os supersalários, a próxima reunião de vereadores também deve ser cheia. Isso porque o titular da pasta deve vir à Câmara apenas na semana que vem, conforme pedido do próprio Executivo. Os dois requerimentos aprovados na última terça foram arquivados, conforme determinação jurídica da Casa. Na tribuna, Maurício Tutty aproveitou para recordar acontecimentos marcantes e fazer uma reflexão sobre a responsabilidade da informação no meio virtual. 

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“Hoje é um dia muito especial, porque para aqueles que têm fé e que acreditam que existe um Deus, é um dia de agradecermos pela vida dado pelo Senhor e comemorado por todos os católicos: o dia de Fátima, dia da virgem Maria, de São Benedito e mais um dia importante na nossa história, porque consagra a libertação da escravidão no Brasil. Lamentavelmente, hoje também a Copasa, por intermédio da Arsae, que no meu entendimento não tem essa competência delegada a ela, majora a tarifa em aproximadamente 7%. Alegre, num ponto de vista, mas triste em outro, porque o povo tem sido “roubado”, argumentou, reiterando sua luta contra a concessionária. 

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Motivado pelo teor do discurso do colega Flávio Alexandre (PR), Maurício Tutty traçou um paralelo histórico entre o período da Inquisição, no passado, e a liberdade incontida na internet, hoje, o que evidencia o quanto o homem evoluiu na tecnologia, mas ficou estagnado em sua análise crítica. “E eu, de madrugada, quando peregrinei até a Capela de Fátima, me lembrei da Inquisição e, como professor de história, pensei em como cometemos erros tentando retirar daquilo que é dito aqui e ali e de modo inquisidor, julgamos e colocamos o estado democrático de direito por água abaixo, por conta do denuncismo e por achismo. E ouvindo o Flávio, em coisas pontuais, me lembrou a Inquisição, porque, mesmo antes de ouvirmos o secretário, que já está preparado para vir, nós trouxemos à baila como foi o ‘esquema’. Ainda não temos os elementos que podem condenar um ou outro. Então não podemos fazer a inquisição, senão mataríamos a nós mesmos, porque hoje pode ser eu, amanhã você e mais tarde, todos. Então trazer a esta Casa, às ruas e às redes sociais, que as coisas são assim ou assado é, no mínimo, inquisitório”, refletiu. 

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A disseminação de dados truncados e boatos pela internet alcançam milhares de usuários, num sistema de compartilhamento incontido. O vereador Maurício Tutty recordou do recente caso da mulher que foi linchada e acabou morrendo, após ser confundida com outra, que supostamente raptava crianças para rituais, denúncia que sequer foi comprovada.

“Isso me lembra a barbárie em Guarujá, onde assistimos um espancamento levado a morte. Então, senhoras e senhores, estou muito tranquilo, porque quando questionei o senhor líder do Prefeito sobre uma explicação e recebi um meneio de cabeça dizendo que sim, eu espero que o secretário traga para nós a resposta, para o MP. Mas tudo tem o seu tempo, tem o momento de construir as respostas. A pergunta já foi feita e tem  tempo para dar a resposta. Quando eu solicitei a comissão da FUVS, por exemplo, em momento algum estamos dizendo se há erro ou não. Estamos partindo por informações dadas por eles, porque queremos que a Fundação continue a prestar seus serviços, assim como queremos que todos os médicos continuem atendendo os pouso-alegrenses”, argumentou.

Para encerrar, o parlamentar ressaltou que é preciso ser mais cauteloso ao disseminar informações e mais crítico ao recebê-las. Maurício Tutty reiterou o compromisso de buscar a verdade, oferecendo a oportunidade para que tudo possa ser explicado. “Estou muito tranquilo para aguardar a vinda do secretario. Para esperar o tempo certo da resposta. Se ele vier e for satisfatório, está resolvido. De outro modo, não furtará a esse vereador, que já pediu investigação da FUVS, dos investimentos da Copasa no Dique II, que não têm cabimento e são valores dúbios, de acompanhar uma decisão da maioria e se for necessário aprovar um estudo de maneira mais aprofundada. Essa Casa não pode ser levada pela boataria, não pode ser levada pelas redes sociais sem criticidade. Um instrumento da democracia não se pode transformar numa ditadura, onde há interesses. Temos que saber separar a verdade do boato”, finalizou. 


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